Alunos do 1º ciclo e jardins-de-infância do município convidados a fazer “depósitos” de resíduos.
A sessão inicia com alguma desconfiança. A presença habitual da técnica de sensibilização da SUMA foi substituída por uma personagem de cartola, bigode, fato e uma grande pasta preta, que se apresenta como banqueiro e revela a intenção de abrir uma sucursal do seu banco naquela sala de aula. A explicação continua: trata-se de um banco ambiental, porque há tesouros escondidos dos olhares mais distraídos, que são descartados como lixo e que têm de ser encaminhados corretamente, para que voltem ao circuito produtivo; para que assumam o seu real valor.
É esta a estratégia animista e surreal adotada para a mais recente campanha da SUMA no município de Aveiro, “Isto também foi pago”, que, de 8 de abril a 28 de maio, pretende contrariar o apelo comercial diário ao consumo exaustivo de produtos desnecessários e embalagens supérfluas, alertando para o valor dos resíduos e para as vantagens individuais e coletivas da reciclagem como estratégia de combate ao desperdício e despesismo.
A ação incide na comunidade educativa do pré-escolar e do 1º ciclo do ensino básico, que leva para casa a mensagem de que o lixo adquirido sob forma de embalagens, porque é pago e representa, em média, 37% do preço dos produtos que compramos no supermercado, deve ser encarado como recurso com valor de matéria-prima, que dá origem a inúmeros produtos mais baratos e acessíveis.
Como complemento à ação, nas salas de aula estão a ser distribuídos cartazes e mini-ecopontos, onde as crianças são convidadas a fazer “depósitos” de embalagens, para criação ou reforço das rotinas de valorização que se pretende ver reproduzidas nos seus lares.