Alertar os veraneantes para os pequenos lixos “esquecidos” nas praias é o principal objetivo da campanha de sensibilização ambiental “Esquecidos & Achados”, que se encontra a ser desenvolvida em zonas balneares dos municípios de Vila Nova de Gaia e Santa Maria da Feira.
Utilizar a pressão e exclusão social por comportamento de desrespeito pelos espaços comuns é a estratégia utilizada, que se apropria do generalizado conceito de “perdidos e achados”, mas com valor diametralmente oposto. Se é certo que a perda de um objeto de valor pode provocar inquietação ao proprietário, é igualmente verdade que o abandono deliberado de algo desprovido de interesse provoca inquietação em todos os demais, por serem obrigados a conviver com a ausência de urbanidade e de salubridade pública em espaços que também lhes pertencem.
Estimulando os utilizadores a insurgirem-se contra comportamentos negligentes, a campanha visa criar repulsa pela quantidade de resíduos esquecidos e achados nas ações de limpeza das praias, gerando-se espaços próprios confinados para reclamação dos lixos deixados no dia anterior.
Numa abordagem persecutória – embora apelando para um perfil empático -, as praias de Vila Nova de Gaia encontram-se a ser intervencionadas por lixos ambulantes que procuram os seus donos e se sentem infelizes por terem sido abandonados. Outras estratégias de contacto pró-ativo inovadoras complementam a atuação da SUMA, nomeadamente caça ao tesouro, aulas de zumba, dado gigante e jogo da glória, juntamente com a entrega suportes de sensibilização lúdicos e utilitários para prolongar o efeito da mensagem deixada pelos “Extraviados” (bolas de futebol, raquetes, tatuagens temporárias, cinzeiros de praia e bolsas impermeáveis), cuja ação de mobilização será reforçada por meios de grande divulgação, nomeadamente beach flags, totems, pedoneta, faixas e “cemitério dos esquecidos”.
Em Santa Maria da Feira, esta ação será desenvolvida na praia fluvial da Mamoa, com especial incidência sobre as beatas de cigarro. Constituindo-se como o lixo mais comum do mundo – em Portugal, a cada minuto, cerca de 7 mil beatas vão parar ao chão -, esta tipologia de resíduo é altamente contaminante das águas e perigosa para crianças e animais, levando 20 meses para se decompor na natureza. Desta forma, esta zona balnear irá contar com a intervenção de uma beata ambulante, que entregará aos seus utilizadores – colónias, famílias, grupos e banhistas isolados -, um suporte de sensibilização utilitário, neste caso, um cinzeiro de praia.